Ao contrário dos ponteiros dos relógios, nosso organismo precisa de tempo para se acostumar com o fim do horário de verão, que acontece à 0 hora deste domingo. Com a mudança, é preciso atrasar os relógios em uma hora. Na teoria, isso é muito simples. Porém, na prática "é difícil porque o corpo já estava acostumado a levantar mais cedo. Eu não estava nem usando despertador mais", completa Erli Amaral, que trabalha em uma lanchonete no centro de Londrina.
Seis décadas se passaram desde que o "relojão" surgiu no céu de Londrina. Em vários pontos da cidade é possível avistá-lo marcando o tempo e registrando uma certa simbologia aos londrinenses. Há 42 anos cuidando da manutenção do equipamento, o relojoeiro Ueda Tetsuo, de 77 anos, é o responsável em alterar os ponteiros no início e fim do horário de verão.
"Ih, já até perdi as contas quantas vezes fiz isso", diz em tom de brincadeira. Um fato curioso é que como o horário de verão acontece sempre no final de semana e o maquinário fica em uma sala comercial, Tetsuo precisa esperar até segunda-feira para ajustá-lo. "Então, sempre arrumo com um pouco de atraso", revela, em tom descontraído.
Muito mais que um trabalho remunerado, Tetsuo encara a "tarefa" de manter a vida do relógio como um ato de doação. "Acho que até hoje só eu e meu filho sabemos como manuseá-lo e a gente faz por prazer."